Os grandes tipos de movimentos de vertente são aqui apresentados de acordo com a classificação europeia utilizada por Dikau et al. (1996). Classificação que tem por base as propostas de Varnes (1978) e da WP/WLI (1993b), utilizando como estas o tipo de mecanismo como factor principal de discriminação (ver figura 1) e o material afectado como factor secundário. A terminologia empregue na classificação dos deslizamentos advem da utlizada pelos autores ingleses.
1. Desabamento:
O desabamento (fall; fig.1) é definido como "uma deslocação de solo ou rocha a partir de um abrupto, ao longo de uma superfície onde os movimentos tangenciais são nulos ou reduzidos. O material desloca-se predominantemente pelo ar, por queda, saltação ou rolamento" Trata-se de um movimento de massa brusco, caracterizado por uma elevada velocidade, em relação com a queda livre que ocorre pelo menos em parte da deslocação.
2. Balançamento
O balançamento(topple; fig.2) consiste numa "rotação de uma massa de solo ou rocha, a partir de um ponto ou eixo situado abaixo do centro de gravidade da massa afectada". O movimento verifica-se por influência da gravidade e pela acção de forças laterais, exercidas, quer por unidades adjacentes, quer por fluídos presentes em diaclases e fracturas.
3. Deslizamento
O deslizamento (slide) define-se como um "movimento de solo ou rocha que ocorre dominantemente ao longo de planos de ruptura ou zonas relativamente estreitas, alvo de intensa deformação tangencial". A massa deslocada durante o movimento permanece em contacto com o material subjacente não afectado, apresentando graus de deformação bastante variáveis, consoante o tipo de deslizamento.
a) Deslizamentos rotacionais
Os deslizamentos rotacionais (slumps) ocorrem ao longo de superfícies de ruptura curvas, em meios geralmente homogéneos e isotrópicos (Sirieys, 1984). A sua forma topográfica é caracterísitca: como o plano de deslizamento é côncavo, o movimento envolve uma rotação, materializada por um abatimento na parte montante do deslizamento e por um levantamento do seu sector frontal, formando aclives mais ou menos pronunciados.
b) Deslizamentos translacionais com ruptura compósita
Os deslizamentos translacionais com ruptura compósita encontram-se na transição entre os rotacionais e os translacionais mais típicos (planares). Como a própria designação indicia, o plano de ruptura destes deslizamentos tende a apresentar duas secções: forma circular ou planar com forte inclinação, a montante; estilo marcadamente translacional e inclinação muito mais reduzida a jusante.
4. Expansão Lateral
A expansão lateral (lateral spreading) corresponde a "extensão de massas coesivas de solo ou rocha, combinada com uma subtância geral (...) no material subjacente mais brando.(...)Pode resultar da liquefação ou escoada do material brando subjacente" (WP/WL1,1993b). Este processo, marcado sempre pela ausência de rupturas basais bem definidas, apresenta características contrastadas conforme o tipo de material envolvido.
5. Escoada
A escoada (flow) é um "movimento espacialmente contínuo onde as superfícies de tensão tangencial são efêmeras e frequentemente não preservadas. A distribuição das velocidades na massa deslocada assemelha-se à de um fluído viscoso"(WP/WL1,1993b). As tensões distribuem-se por toda a massa afectada, conduzindo, geralmente, a uma grande deformação interna dos materiais e à existência de velocidades diferenciadas, quase sempre maiores junto à superfície
Monday, August 28, 2006
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